Vice Prefeito de Guapimirim é investigado em esquema que, segundo a polícia, pode ter desviado cerca de 80 milhões dos cofres públicos
O Ministério Público do Rio realizou, nesta quinta-feira, a Operação Flexus 1 e 2 que tem como objetivo cumprir cinco mandados de prisão temporária contra dois ex-prefeitos de Guapimirim, um oficial da Polícia Militar, a cunhada e a sogra dele. A ação foi realizada pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC/MPRJ) com apoio logístico da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério Público (CSI/MPRJ), da Corregedoria Geral Unificada da Secretaria de Segurança (CGU/SESEG), da Corregedoria da Polícia Militar do Rio e da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA). Todos os alvos já foram presos.
Os mandados foram cumpridos em endereços na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio; Magalhães Bastos, na Zona Norte; e em Guapimirim. Os cinco alvos são investigados por associação criminosa, fraudes licitatórias e desvios de verbas públicas. As operações receberam o nome em latim Flexus, que, em português, significa dobrado. A expressão é uma referência às irregularidades cometidas em duas istrações consecutivas no Município.
De acordo com as investigações do GAECC/MPRJ, os ex-prefeitos Renato Costa Mello Júnior, conhecido como Júnior do Posto, e Marcos Aurélio Dias, contrataram em seus respectivos mandatos, por meio de licitações fraudulentas e direcionadas, a ONG Casa Espírita Tesloo. O acordo seria para fornecimento de mão-de-obra terceirizada para a prefeitura incluindo a prestação de serviços relacionados com a atividade fim, sem prévio concurso público, em desacordo com o que determina a lei. Não há, no entanto, qualquer comprovação de que estes supostos funcionários efetivamente prestavam os serviços para a ONG ou trabalhassem para a prefeitura.
Segundo fontes, Ricardo de Oliveira Almeida (Pastor Ricardo, na época secretário municipal de governo) foi quem na gestão do então prefeito Marcos Aurélio Dias, assinou o processo licitatório solicitando a recontratação da mesma.
Além dele, mais 16 funcionários, dentre eles alguns secretários, também são investigados por suspeita de participação no esquema.